Para melhor percepção os descalabros
começaram há muitos anos passando pelos buracos da Rentiquipa e Leasemotor, a
par de algumas aventuras imobiliárias rentáveis.
Na parte dos pesados, vieram também os
negócios ruinosos (para a Evicar) de norte a sul, com alguns clientes que são
sobejamente conhecidos de todos. Esses clientes apenas aproveitaram o que lhes
foi oferecido: contratos de manutenção a preços impensáveis e baseados em pressupostos
anti-económicos, valorização de retomas em perda e pagas fora do contexto do
negócio. Estas acções em conjunto com um controle medíocre dos contratos (tentaram remediar quando já não
havia remédio) ditaram há muitos anos o fim dos TE. Os contratos foram todos
cancelados há dias. Era uma questão de tempo.
Nos automóveis aconteceram coisas
semelhantes, com a vantagem de não haver uma TE para os automóveis, o que
limitou os danos ao círculo dos financiamentos.
Nos últimos 5 anos começaram os factorings
desenfreados, a qualquer custo, quase implorando aos clientes que assinassem cartas
de factoring. Os buracos começaram a ser visíveis e a cadência de entrada de
dinheiros não era suficiente para tapá-los todos, trazendo visibilidade de
coisas que eram impensáveis e que nos vamos abster de referir, pelo menos por
agora.
As margens comerciais passaram a ser absorvidas pelo custo dos
factorings e outros financiamentos. Há clientes que fizeram factoring de
veículos que não receberam nem vão receber mais.
Há concursos públicos em que os termos dos
contratos não foram cumpridos e as cláusulas de incumprimento foram accionadas formando
dívida no valor de muitas centenas de milhar de euros.
A contabilidade criativa tentou dar
aconchego a alguns destes descalabros, mas não é suficiente. Será por isso que
os revisores de contas anteriores se afastaram?
Os danos causados aos clientes são
irreversíveis. Os clientes da Proval (camiões), por pertencerem a um pequeno
universo constituído por empresas que se conhecem bem entre si, não voltarão a
comprar Daf tão depressa; com os clientes dos automóveis não será tanto assim,
porque existem muitas outras concessões nas áreas afectadas e as marcas dos automóveis
são supra-concessão, mas o nome Evicar, acabou. Quer dizer, já vai aparecendo no
Brasil…